Como paulista chegante à Bahia, há mais de 30 anos, tive logo que lidar com as imagens, que muitos do “Sul” conhecem e compartilham, da “terra da preguiça”, do “baiano preguiçoso” etc.
Ainda são imagens recorrentes. Como mantenho contatos com pessoas de diferentes universidades, de diferentes estados, mesmo hoje, quando falo que sou da Bahia, arrisco ouvir algum comentário malicioso sobre a aversão do baiano ao trabalho e de como gostamos, mesmo, é de uma moqueca antes e de uma rede depois. Confesso que tem hora que minha vontade é mandar o sujeito, com uma enxada, trabalhar para sobreviver no semiárido, como fazem muitos baianos do interior, ou então se virar uma semana como carregador nos mercados e feiras da cidade baixa, em Salvador.